Para que o estrago na hora de acabar com o fogo não seja maior do que o do próprio incêndio. Certos extintores podem ser bons para eliminar determinadas chamas, mas podem ter o efeito contrário em outras. Os que funcionam à base de água, por exemplo, são excelentes para apagar fogo em madeira ou papel, mas em substâncias inflamáveis, como gasolina ou gordura, a água espalha esses líquidos e leva o incêndio para outros lugares. Pior ainda se a chama atingir fiações elétricas, já que a água conduz eletricidade e cria o risco de choques mortais.
Para esses dois tipos de incêndio, o mais recomendável é usar os chamados extintores secos, geralmente com dióxido de carbono (CO2) em vez de água. “O jato de CO2 extermina a chama ao afastar o oxigênio que alimenta a combustão do material”, afirma o químico Flávio Maron Vichi, da USP. O grande problema é que o CO2 se dispersa com muita facilidade no ar. Para evitar esse inconveniente, apareceram os extintores de pó químico, que lançam uma carga de bicarbonato de sódio em cima do fogo. Como o bicarbonato também contém grandes quantidades de CO2, o pó acaba sufocando a chama do mesmo jeito. Esse tipo de extintor só não dá conta de incêndios que acontecem em metais inflamáveis, como o titânio, que queima a 1 500 ºC. Nessas condições, a água e o CO2 reagem violentamente com o metal e não sobrevivem para abafar a chama. Os únicos que acabam com esse tipo de incêndio são os extintores químicos especiais, que conseguem impedir o contato do metal com o oxigênio.