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Polícia conclui identificação dos 71 mortos no incêndio da Grenfell Tower

LONDRES — Ficou em 71 o número final de mortos em decorrência do incêndio que destruiu a Grenfell Tower em Londres no último 14 de junho, informou a Polícia Metropolitana, nesta quinta-feira, cinco meses após meticulosas operações de busca e recuperação. Os oficiais agora acreditam que todas as vítimas fatais foram recuperadas e identificadas. A investigação envolveu a separação de toneladas de detritos à mão para identificar todos os restos humanos no edifício carbonizado.

O número estava em 80, mas caiu depois que ficou constatado que algumas pessoas foram contabilizadas como desaparecidas mais de uma vez, outras que moravam na torre, e estavam na lista de prováveis vítimas, não estavam em casa na noite do incêndio, e ainda houve quem relatasse falsas vítimas em fraudes que visavam compensação financeira.

A taxa final inclui adultos e crianças que morreram na torre durante o incêndio, além de um bebê que morreu logo após sua mãe, ainda grávida, ter escapado do 21º andar, quando sofreu uma intensa inalação de fumaça enquanto descia. A mãe sobreviveu.

— Equipes especializadas que trabalharam dentro da Grenfell Tower e no necrotério ultrapassaram os limites do que era cientificamente possível para identificar as pessoas —, disse o comandante da Polícia Metropolitana Stuart Cundy, responsável pelas operações no prédio.

 

Cundy afirmou que quando ele entrou pela primeira vez na Torre Grenfell após o incêndio, a devastação era tal que ele temia que não fosse possível encontrar, recuperar e identificar todos aqueles que morreram.

Os policiais, assistidos por antropólogos forenses, arqueólogos e especialistas em uso de ciências dentárias para identificar restos humanos desconhecidos, procuraram cada apartamento em cada andar e em toda área comunitária.

— Eu sei que todos e cada um dos membros da equipe fizeram tudo o que puderam para tornar isso possível. Eles fizeram isso para todas as pessoas que perderam a vida, suas famílias e entes queridos, e todos aqueles que consideravam a Grenfell Tower seu lar — frisou.

A Grenfell Tower abrigava uma comunidade multi-étnica numa propriedade localizada no rico bairro de Kensington e Chelsea, onde vive um grande número de milionários. A tragédia provocou o debate político sobre as estritas desigualdades sociais de Londres e se a negligência das habitações sociais desempenharam um papel na causa do incêndio. Está em andamento uma investigação criminal que pode resultar em multas individuais ou organizacionais. Um inquérito público separado visa averiguar quaisquer falhas ou irregularidades na concepção, construção ou manutenção da torre.

O fogo na Grenfell Tower começou devido a um curto-circuito em uma geladeira e se alastrou rapidamente pelo edifício pelo teor inflamável do revestimento instalado em julho de 2016 na parte externa do prédio. O agente a cargo da investigação disse que o material exterior do prédio foi reprovado em todos os testes de segurança de incêndio.

Mais de 90 prédios com revestimentos semelhantes à Grenfell Tower em toda a Inglaterra também foram reprovados em testes de segurança. A empresa norte-americana Arconic informou que interrompeu as vendas globais de seu revestimento Reynobond PE, que foi usado na Grenfell Tower, para uso em arranha-céus após o incêndio.

Fonte: O Globo